sexta-feira, 2 de março de 2012

Oficial da PM fala sobre profissão policial militar

Publicado por  em março 1, 2012
Por Sd Glaucia, via Portal BO
Há alguns dias, uma Capitã da Polícia Militar do Estado do Rio Grande do Norte divulgou em seu perfil da rede social Facebook uma mensagem sobre o “emprego” policial militar.
Em seu texto, a Capitã Geórgia desabafa e classifica a atividade policial como “algo que entra em nossas veias poderosamente e que toma conta de nosso ser, nos trazendo uma alegria dúbia, só entendida por aqueles que têm amor à farda”.
Abaixo segue a íntegra do texto.
Ofereço um ótimo emprego com remuneração e aposentadoria garantida.
Exigências:
- Você terá que anular sua vida e viver em função da vida de pessoas que você não conhece, mas que jurou defendê-las;
- Terá que ouvir dessas pessoas, que você nunca viu na vida, que elas pagam impostos e que, por isso, terá que vestir sua capa de herói diariamente e dar seu jeito;
- Você terá que abrir mão de sua família, por que o ótimo emprego voluntário coloca a sua vida em risco;
- Você trabalhará em todas as grandes festas populares, todos os feriados, quase todos os finais de semana;
- E, quando um outro colega de trabalho for pego fazendo algo errado, você será colocado na vala comum dos “bandidos fardados”, será apontado nas ruas, julgado sem o menor direito de defesa, por que o ótimo emprego voluntário é um dos alvos preferidos dos “policiólogos” de plantão.
Advertências:
- O ótimo emprego voluntário é viciante, é algo que entra em nossas veias poderosamente e que toma conta de nosso ser, nos trazendo uma alegria dúbia, só entendida por aqueles que têm amor à farda;
- O ótimo emprego também causa surtos de loucuras, pois, mesmo depois de sermos maltratados, julgados, apontados, ainda somos capazes de sorrir após uma simples ocorrência resolvida, um carro recuperado, uma vida preservada… Sorrimos para nós mesmos, orgulhosos de nossos feitos heroicos, pois grande parte da “nobre sociedade” não sabe que sorrimos por que sorrir é humano… (prefiro calar).
Os interessados poderão me procurar em alguma rua, em alguma viatura, nas madrugadas… para que eu possa lhe apresentar os outros 9.999 homens e mulheres que serão seus companheiros.
Mas se você não aceitar esse ótimo emprego voluntário, pare de me julgar e de dizer que paga meu salário como se eu também não pagasse impostos… Pare de  olhar para mim como se eu fosse um analfabeto, pois sou graduado, especializado, doutor… Sou cidadão como você! A diferença é que escolhi defendê-lo mesmo com o risco de minha própria vida.
Capitã Geórgia – PMRN

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