domingo, 8 de abril de 2012

Equipe de reportagem percorre 60 km e encontra apenas três viaturas de policiamento ostensivo

Uma manhã inteira pelas ruas de Natal, 60 quilômetros rodados pelas quatro zonas administrativas e poucas viaturas avistadas pelas principais vias da capital. Este foi o panorama encontrado pela reportagem do Diário de Natal, que passou pouco mais de três horas circulando pela cidade e encontrou apenas três viaturas da Polícia Militar realizando o chamado patrulhamento ostensivo, sendo uma na Zona Norte, outra na Zona Leste e a última na Zona Sul. Apesar das afirmações dos gestores de segurança pública e dos números que apontam para redução parcial da violência, a população só acredita e tem a sensação de segurança quando vê a polícia na rua. As falas de moradores de Norte a Sul de Natal pedem mais viaturas na rua.
Em uma das portas de entrada da Zona Norte, o Complexo Viário Ulisses de Góis, mais conhecido como viaduto de Igapó, encontra-se uma base do 4º Batalhão da Polícia Militar. Às 8h20, quando a reportagem passou pelo local apenas um PM encontrava-se no prédio, sem o apoio de nenhuma viatura. Seguindo a “ronda” em busca das viaturas até chegar pela João Medeiros Filho na avenida Paulistana, no conjunto Panatis, de frente para o quartel do Bope, o único policial visto estava fora de serviço, fardado, mas pilotando uma moto particular.
O ponteiro batia as 8h35 e o carro da reportagem seguia pela avenida das Fronteiras, uma das mais movimentadas da região, mas nada de viatura. Chegando ao conjunto Alvorada, ao longo da avenida Boa Sorte, que concentra boa parte da movimentação de alunos e de comércio da área, a situação seguia a mesma. Apenas quinze minutos após, ao completar 30 minutos de giro pela região, foi avistada a primeira viatura, no início da avenida Guararapes, saindo da Itapetinga. Nesta mesma via a situação voltaria ao que foi visto no resto da região. Mesmo abrigando um prédio do 4º BPM nada de policial pelas ruas, exceto por um motoqueiro da Rocam, fora do trabalho de patrulhamento.
Mais à frente, na rua Governador Antônio Melo Souza, conhecida popularmente como “Pompéia”, no bairro Pajuçara, a segunda viatura foi vista, mas não de patrulhamento ostensivo, mas sim do Policiamento Rodoviário Estadual (CPRE). Chegando de volta à João Medeiros Filho, às 9h05, duas viaturas encontravam-se paradas no posto policial do conjunto Panorama. Até a Ponte Newton Navarro apenas mais uma viatura foi encontrada, desta vez do Patrulhamento Ambiental (Cipam).
O próximo carro da Polícia Militar só foi encontrada às 9h20, quando no cruzamento da avenida Afonso Pena com a rua Maxaranguape apareceu a segunda viatura em patrulha. Pertencente à Companhia de Polícia Feminina (CPFem), o carro seguiu pela Afonso Pena com três homens. O percurso da reportagem seguiu, entre 9h23 e 9h37, por ruas como Maxaranguape, Alberto Maranhão, Rodrigues Alves, Ceará-Mirim, Apodi até a Rio Branco, em pleno Centro, e nada de mais viaturas.
Seguindo pela avenida Prudente de Morais, passando pela grande concentração de lojas e, principalmente, de instituiçõesbancárias e o cenário seguia o mesmo do encontrado na saída de Petrópolis e do Centro de Natal. Apenas às 10h15 a terceira viatura em patrulhamento foi encontrada. Integrante do Batalhão de Policiamento de Choque (BPChoque), o carro seguia com quatro homens pela Roberto Freire.
Reunião
Logo em seguida, às 10h20 uma concentração inusitada. Nove viaturas, atuantes na Zona Sul da cidade, encontravam-se ao lado do viaduto da BR-101. Desde componentes do Regimento de Polícia Montada (RPMon) aos das companhias de Turismo e Ambiental, mais de 20 policiais militares encontravam-se na reunião. Segundo o suboficial Rodrigues, da RPMon, a reunião é feita semanalmente. “Os oficiais reúnem-se para discutir o trabalho da semana. Mas é sempre em um local diferente”, explicou o policial. A viagem de volta completou os 60 km rodados, passando por bairros da Zona Oeste como Cidade da Esperança e Bom Pastor, seguiu pela avenida Mor Gouveia e não encontrou mais PMs nas ruas até o retorno às 11h10.

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